Em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero consegue-se identificar a presença do HPV. Entenda o seu papel no desenvolvimento deste câncer e saiba como preveni-lo.
O Papiloma vírus humano ou vírus do papiloma humano, mais conhecido como HPV, é um vírus que possui mais de 200 subtipos. Todos só causam doença nos seres humanos.
Estima-se que até 10% da população mundial apresentem o vírus e que até 80% das mulheres entrarão em contato com o mesmo em algum momento da vida. Quando se leva em conta apenas pessoas jovens, a taxa de infecção pode ultrapassar os 50% em algumas regiões.
A maioria dos casos de infecção pelo HPV são assintomáticos e transitórios. Após 2 anos, 90% dos pacientes conseguem ficar curados espontaneamente, apenas pela a ação do nosso sistema imune. Os problemas ocorrem naqueles 10% que não conseguem se livrar do HPV e desenvolvem infecção permanente.
Sintomas do HPV
O HPV infecta principalmente o epitélio da pele e das mucosas. Cada subtipo de vírus tem tropismo por uma área do corpo. Por exemplo, o HPV tipo 2 e 4 estão associados às verrugas comuns de pele, enquanto o tipo 1 à verrugas que acometem a planta dos pés.
«- Verrugas plantares (HPV-1)
Só como curiosidade, na Indonésia existe um caso assustador de infecção generalizada pelo HPV em um paciente que apresenta uma deficiência genética do seu sistema imune, que o impede de controlar a multiplicação do vírus. O paciente apresenta verrugas imensas e difusas por toda a pele.
Os HPVs que infectam a pele são normalmente contraídos quando há lesões como cortes e arranhões que permitem a invasão do vírus para dentro do organismo. A transmissão é de pele para pele.
Algumas neoplasias da pele são causadas pelos tipos 2, 3, 4 e 16. Podem acometer mãos, pés e a mucosa das genitálias. Atenção, Não estou falando do melanoma, câncer de pele mais conhecido e agressivo. Este é outro tipo de tumor de pele.
Outros subtipos do HPV têm tropismo pelas mucosas, principalmente as genitais. Neste caso a transmissão é feita por via sexual.
O condiloma acuminado ou verruga genital é uma doença sexualmente transmissível, causado pelo HPV-6 e HPV-11, que se caracteriza pela formação de verrugas genitais, conhecidas popularmente como crista de galo. São lesões esteticamente inconvenientes mas com baixo risco de malignização.
As infecções pelo HPV-6 e HPV-11 também estão relacionadas a cânceres do pênis, vagina, ânus e da orofaringe (parte superior do trato respiratório), este último em caso de contaminação por sexo oral. Outros subtipos como o HPV-16 também causam câncer nestas regiões.
Como o HPV é uma DST, o seu principal fator de risco é a prática de sexo sem preservativos, principalmente se for com vários parceiros(as). A camisinha diminui o risco de contágio, mas no caso específico do HPV, a sua eficácia parece ficar em torno de 70%, muito abaixo das de outras DSTs (leia: CAMISINHA
Tudo o que você precisa saber).
Câncer do colo do útero
A associação mais conhecida e comum entre HPV e câncer ocorre com o câncer do colo uterino.
O colo do útero é a região mais inferior, fazendo a ligação entre o útero e a parte mais interna da vagina.
Existem 15 subtipos considerados de alto risco para o câncer do colo de útero, porém, pelo menos 70% deles são causados pelo HPV-16 e HPV-18.
Este é o tipo de câncer mais comuns entre as mulheres em todo o mundo. Praticamente 1 a cada 4 cânceres no sexo feminino é de colo do útero.
O câncer de colo uterino não costuma causar sintomas durante sua fase inicial. Por isso, o exame preventivo (exame de Papanicolaou) é muito importante e deve ser feito regularmente.
O exame de Papanicolaou é feito com um espéculo vaginal. Procede-se à esfoliação da superfície externa e interna do colo através de uma espátula de madeira e de uma escovinha. Desta maneira, consegue-se coletar células do colo uterino para avaliação microscópica e realizar a pesquisa do HPV.
Caso detecte-se a presença de uma lesão suspeita no colo do útero, deve-se proceder a sua retirada (excisão da zona suspeita). É importante salientar que as excisões apenas retiram áreas com risco de transformação maligna, mas o HPV continuará presente no organismo.
Em geral, recomenda-se o exame preventivo anualmente em todas as mulheres sexualmente ativas.
Em fases mais avançadas o câncer do colo do útero pode se manifestar como sangramentos vaginais que aparecerem fora dos períodos menstruais ou após relação sexual. Dor pélvica durante o sexo também pode ocorrer.
A associação de infecção genital permanente pelo HPV e o fumo aumentam ainda mais o risco de câncer (leia: COMO E PORQUE PARAR DE FUMAR CIGARRO ). Nem todas as mulheres com HPV, mesmo com os subtipos mais perigosos, desenvolverão câncer. Por isso, nas mulheres com infecção comprovada, faz-se necessário abandonar o cigarro.
Outro importante fator de risco é a co-infecção pelo HIV (leia: SINTOMAS DO HIV E AIDS (SIDA) ). O câncer do colo do útero em pacientes com SIDA (AIDS) costuma ser muito agressivo.
Vacina para HPV
Naquelas pessoas que desenvolvem infecção permanente pelo HPV, não há tratamento curativo disponível. Por isso, o advento da vacina foi uma passo importante na luta contra o câncer do colo uterino.
Existem 2 vacinas contra o HPV. Uma inclui os subtipos 6, 11, 16 e 18, e outra os 45 e 31. Portanto, a vacina inclui os principais, mas não todos os subtipos relacionados ao câncer de colo uterino. Logo, a vacinação não elimina a necessidade do exame preventivo anual já que não elimina em 100% o risco de câncer.
A presença do HSV-6 e HSV-11 na vacina ajuda na prevenção do condiloma acuminado.
A vacinação é feita em 3 etapas, sendo a segunda e terceira doses administradas 2 e 6 meses após a primeira.
A vacina tem sido indicada a partir dos 9 anos de idade e deve ser preferencialmente oferecida às meninas sem vida sexual ativa. Lembre-se que a vacina é uma prevenção e não tratamento do HPV. Não adianta vacinar que já teve contato com o HPV. Portanto, não se indica a vacinação em maiores de 26 anos, uma vez que virtualmente todas as mulheres nesta idade já foram expostas ao vírus.
Até o momento não há indicação de vacinação no sexo masculino.
A vacina não é feita com vírus vivo atenuado e por isso é bastante segura. Porém, como ainda não existem trabalhos comprovando a sua segurança na gravidez, ela não está indicada neste grupo.
Leia mais: http://www.mdsaude.com/2009/09/hpv-cancer-colo-utero.html#ixzz10SCYPizq
Leia mais:
http://www.mdsaude.com/2009/09/hpv-cancer-colo-utero.html#ixzz10SCDTqok
Tomem muito cuidado ao terem relações sexuais...
Resolvi não postar algumas das fotos que mostra o HPV , em ação...
é muito chocante...
Se vocês quiserem conferir...entre no site...
http://www.mdsaude.com/2009/09/hpv-cancer-colo-utero.html